
Fazendo jus às suas origens inglesas, Ozzy Osbourne, tradicionalmente vestido com camisa e calças pretas, coberto por um longo sobretudo da mesma cor e usando o seu tradicional óculos escuros redondos à John Lennon, sentou-se para a coletiva de imprensa desta sexta-feira (1) pontualmente às 13h, no hotel Tivolli Mofarrej, em São Paulo. Visitando o País pela quarta vez, o cantor de Birmingham cravou, logo nos primeiros minutos de entrevista: "eu vou estar em turnê mesmo quando estiver morto".
Simpático e bem-humorado, o Príncipe das Trevas, alcunha que ganhou em seus mais de 40 anos de estrada, lembrou de sua primeira passagem por terras brasileiras, em 1985, quando se apresentou no Rock in Rio. "Eu nunca vou esquecer. Até hoje, aquele foi um dos maiores palcos onde já toquei e um dos maiores públicos que já tive".
Talvez tão - ou até mais - conhecido por suas "loucuras" fora dos palcos do que por sua carreira, Ozzy afirmou ver como sua maior conquista o fato de ter sobrevivido a tantos anos de cigarros, drogas e álcool, lembrando que sua biografia lançada no ano passado, Eu sou Ozzy (Editora Benvirá), não revela nem metade de suas histórias de vida. "Vocês não viram nada", brincou, entre risos, com as dezenas de jornalistas presentes, "o livro (que entrou na lista dos mais vendidos do The New York Times) precisaria ser muito mais grosso (tem 416 páginas)".
Ao ser indagado se teria lido outra biografia recente de sucesso, a de Keith Richards, dos Rolling Stones, respondeu negativamente, afirmando que isso nem seria necessário. "A vida no rock´n´roll é basicamente sempre igual. A gente adora o que faz, levamos o mesmo estilo de vida e todos quase morremos", cravou, para gargalhadas gerais.
Fora dos palcos
Por ser um dos mais longevos astros do rock ainda vivo, Ozzy, 62, também falou sobre o tema morte, assunto que não parece lhe incomodar, sendo, contudo, alvo de extremo cuidado por parte de sua mulher e empresária, Sharon. "Minha esposa é obcecada porque meu pai morreu de Alzheimer. Mas eu não penso nisso, não. Se eu soubesse quando e onde iria morrer, simplesmente não ia para o lugar (onde isso ocorreria)".
Naturalmente que o tópico The Osbournes, reality show no qual o cantor e sua família mostravam detalhes de suas rotinas - tornando mais famosas do que nunca as consequências das drogas e do àlcool na personalidade do inglês -, não poderia deixar de ser comentado, mesmo passados seis anos do último episódio da série, exibida de 2002 a 2005 pela MTV. "Aquele programa me deixou louco, as crianças (Kelly e Jack)começaram a usar drogas, minha mulher teve câncer. Ozzy é rock´n´roll, não televisão, que eu odeio!". Sobre a forma como concilia a carreira na estrada com a família, usou uma frase curta e direta: "em casa, eu só como merda de cachorro. Aqui, eu sou o rei".
Consagrado no heavy metal graças ao Black Sabbath - banda da qual fez parte da formação clássica e não descarta um retorno, apesar de não saber exatamente quando isso poderia vir a ocorrer -, Ozzy também falou sobre a banda que o tem acompanhado na turnê atual - composta por Gus G (guitarra), Rob Nicholson (baixo), Tommy Clufetos (bateria) e Adam Wakeman (teclado). "Sempre me perguntam por que eu não trago grandes nomes pra tocar comigo. O motivo é simples: os desconhecidos têm fome para tocar
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