OBITUARY DEATH METAL

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Lamb Of God: no Brasil em 2012 com Lacuna Coil e Hatebreed

Está confirmado o retorno de uma das maiores bandas de metal do mundo ao Brasil, Lamb Of God. A banda toca no América do Sul em Março e Abril com Hatebreed e Lacuna Coil na festa de aniversario da Liberation.
31/03 Sao Paulo, Brasil
01/04 Curitiba, Brasil
03/04 Buenos Aires, Argentina
04/04 Santiago, Chile
05/04 Quito,Ecuador
07/04 Bogota, Colômbia
08/04 Caracas, Venezuela
Informações sobre ingressos e locais serão divulgados nos próximos dias.

Down & Loaded (Pepsi on Stage, Porto Alegre, 16/11/2011)

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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Phil Anselmo: tatuagem no Brasil, recado para banda cover

Logo depois do show do DOWN no SWU, Phil Anselmo e o baterista Jimmy Bower fizeram uma tatuagem com o tatuador Roger Marx.


Ainda no SWU, ao saber de uma banda cover do PANTERA chamada UNSCARRED cujo vocalista, Scream, não pôde comparecer ao evento, Phil resolveu lhe mandar uma mensagem em vídeo que diz: "Scream... Scream.... meu filho, você perdeu um puta show. Eu tava aqui falando com a sua amiga e ela me falou de você e da sua banda. E cara, eu te amo, te amo por essa paixão que você tem! Um dia vai ser fantástico te conhecer, tenho certeza que você também acha isso... Tenho um material novo gravado que tá do caralho e você vai curtir, prometo! Scream, obrigado".

Motörhead: mochila exclusiva com itens da última turnê

O Motörhead está lançando uma mochila em edição limitada de 4 mil cópias. Só o artigo já seria motivo de disputa, mas o conteúdo que o acompanha justifica ainda mais. Dentro, virão dois LPs duplos com shows da recente turnê gravados em Nova York e Manchester. Esses itens são exclusivos Motör-Bag, assim como a camiseta e o crachá especial da The World Is Yours Tour 2010/11. O backdrop da excursão foi repartido em pedaços numerados, contidos nas 4 mil mochilas.

Como se não fosse suficiente, ainda haverá uma edição deluxe que, além dos itens já citados, trará em primeira mão o DVD e CD The Wörld Is Ours – Vol 1 – Everywhere Further Than Everywhere Else. O show de Santiago, Chile, que estará no pacote, também virá em vinil.

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Alice in Chains: curtindo a noite em São Paulo

Depois de todo grande show, o que a banda quer? Se divertir, é claro. Pois foi isso que o ALICE IN CHAINS fez depois do memorável show no SWU que aconteceu na última Segunda-feira, 14/11.
O repórter do Lokaos Rock Show Edu Rox convidou a banda para conhecerem a casa noturna Vegas. Além de "bons drinks", rockstars e muitas meninas bonitas, quem acabou aparecendo por lá também foi o baterista do SYSTEM OF A DOWN, JOHN DOLMAYAN. Foi uma noite no mínimo memorável para qualquer fã de rock que deu a sorte de estar por lá.
Confira as fotos clicando no link abaixo:
http://lokaos.net/alice-in-chains-curte-balada-em-sp/
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Metallica: foto rara de formação original do grupo

O Metallica  postou em sua pagina oficial do Facebook uma foto antiga da banda, em uma de suas primeiras formações, contando com James Hetfield, Dave Mustaine, Lars Ulrich e Ron McGovney, nota-se que na foto, Hetfield desempenha somente a função de vocalista, diferente do que viria a seguir, com o frontman dividindo a função na banda de vocalista e guitarrista. Confira a foto abaixo.
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Slayer: banda está trabalhando em novo material

De acordo com um post na página do Facebook do baterista Dave Lombardo do SLAYER, a banda está atualmente trabalhando em um novo material para seu próximo álbum de estúdio. Enquanto isso, o guitarrista Jeff Hanneman, que teve fasceíte necrotizante no começo do ano, provavelmente causada por uma picada de aranha e foi submetido a cirurgias, ainda está se recuperando e obtendo melhoras, de acordo com Dave.
Em paralelo, o PHILM, novo projeto de Lombardo, juntamente com o guitarrista/vocalista Gerry Nestler (CIVIL DEFIANCE) e o baixista Pancho Tomaselli (WAR), está trabalhando no processo de mixagem de seu álbum de estréia, para ser lançado no início de 2012 via Ipecac Recordings. Dave diz: "Eu não posso esperar para que todos possam ouvi-lo! Estou ansioso para liberá-lo e fazer shows ao redor do mundo

Black Sabbath, Lynyrd Skynyrd: no Azkena Rock 2012

As legendarias bandas de rock Black Sabbath e Lynyrd Skynyrd serão headlining na próxima edição do Azkena Rock Festival, que acontece de 14-16 junho 2012, Mendizabala em Vitoria-Gasteiz.
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Jason Newsted: novos vídeos de sua “banda de bar”

Estão disponíveis no youtube mais vídeos da banda PAPA WHEELIE, projeto “stoner punk metal” formado pelo ex baixista do METALLICA Jason Newsted na guitarra/vocal, Steven Wiig na bateria e Joe Ledesma no baixo, realizado no último dia 12 (novembro). O show foi filmado e gravado para um futuro lançamento.
Vale mencionar que o baterista Steve Wiig é ex assistente de Lars Ulrich e recentemente processou o músico por horas extras não pagas durante 8 anos de trabalho.

Down & Loaded (Pepsi on Stage, Porto Alegre, 16/11/2011)

Com um atraso mínimo, o LOADED – ou DUFF MCKAGAN’S LOADED se preferir – subiu ao palco do Pepsi on Stage por volta das 20h45 para iniciar o seu espetáculo. Embora a casa estivesse muito longe de atingir a sua capacidade máxima, o som que vinha dos PA’s era suficientemente pesado e adequado para o hard rock proporcionado pelo grupo norte-americano. O ex-GUNS N’ ROSES Duff McKagan (vocal e guitarra) é quem lidera a banda formada ainda por Mike Squires (guitarra), Jeff Rouse (baixo) e Isaac Carpenter (bateria). Porém, o quarteto não foi capaz de proporcionar uma performance à altura do que os fãs mais fanáticos esperavam de Duff & Cia.
O show do LOADED não convenceu por dois motivos. Com um repertório ainda desconhecido por boa parte do público brasileiro, Duff McKagan precisaria compensar a falta de hits com uma performance verdadeiramente enérgica. Entretanto, o que se viu em cinquenta minutos de espetáculo foi um vocalista de pouco fôlego e um tanto quanto apático em cima do palco. A banda até tentou executar o que há de melhor no recém divulgado “The Taking” (2011), mas emperrou nesses dois obstáculos desde a abertura com “Executioners Song”. Os fãs que foram ao Pepsi on Stage apenas para assistir o ex-GUNS N’ ROSES provavelmente se decepcionaram um pouco com o que viram em cena.
Embora não tenha conquistado o público de imediato com o seu hard rock pouco original, o show proporcionado pelo DUFF MCKAGAN’S LOADED não pode ser apontado como um espetáculo desastroso. O público gaúcho gostou e interagiu com a banda durante as duas músicas mais conhecidas do seu novo álbum: “We Win” e “Dead Skin”. Porém, o retorno obtido com faixas expressivas de discos anteriores, como “Dark Days” e “Seattle Head” poderia ter sido mais convincente. Para reverter o quadro pouco favorável, o quarteto norte-americano até poderia ter antecipado pelo menos uma música do GUNS N’ ROSES prevista para set-list da noite. Entretanto, Duff & Cia. preferiram apostar primeiro no cover “New Rose” (THE DAMNED) antes de investir nos principais hits da ex-banda de McKagan. O resultado foi atingido razoavelmente: os gaúchos se animaram um pouco mais do comum.
Em uma perspectiva distante do fanatismo de muitos, o que se viu foi um show absolutamente morno e que se dividiu em altos e baixos. Por mais que a montanha-russa comandada por Duff McKagan ainda reservava faixas extremamente interessantes, como “Cocaine” e “Lord of Abaddon”, as músicas bem menos impactantes do repertório, como “Sick” e “Your Name”, representaram metaforicamente um balde de água fria para quem ainda esperava ver o LOADED engrenar sobre o palco. A sintonia fraca entre banda e público pode ser percebida em “So Fine”: o público demorou para se dar conta de que Duff & Cia. executavam a conhecida música do GUNS N’ ROSES. No entanto, a plateia criou o ambiente perfeito para que o conjunto finalizasse o controverso show de apenas cinquenta minutos com a dobradinha “Attitude” (MISTIFIS) e a obrigatória “It’s So Easy” (GUNS N’ ROSES).
O relógio marcava 22h15 quando o DOWN entrou em cena. A banda formada por Phil Anselmo (vocal), Pepper Keenan (guitarra), Kirk Windstein (guitarra), Pat Bruders (baixo) e Jimmy Bower (bateria) levou boa parte do público que se concentrava em frente ao palco ao delírio. Por mais que a plateia gaúcha tenha subestimado o espetáculo de ambos os grupos e comparecido em pequeno número ao local, o DOWN foi certamente o destaque da noite. Com um show enérgico e agressivo na medida certa, a banda comandada pelo vocalista ex-PANTERA – e que apareceu enrolado em uma bandeira do Rio Grande do Sul já na abertura – executou porrada atrás de porrada em exata 1h30 de espetáculo.
Embora tenha iniciado a sua carreira como um grupo de southern rock de garagem, o projeto despretensioso que uniu o ex-vocalista do PANTERA a dois músicos conhecidos do CORROSION OF CONFORMITY e outros dois do CROWBAR se tornou rapidamente uma das bandas mais respeitadas do universo thrash metal/hardcore norte-americano. O sucesso de discos como “A Bustle in Your Hedgerow” (2002) e “Over the Under” (2007) evidenciou a capacidade do DOWN de sobreviver mesmo sem precisar se escorar no passado de Phil Anselmo & Cia. A abertura do espetáculo com a suja “Lysergik Funeral Procession” e com a ótima “Temptation’s Wings” mostrou muito bem isso.
O vocalista Phil Anselmo é sem dúvida a figura mais imponente da banda. Com uma performance incrível sobre o palco, o cantor conseguiu cativar a plateia de imediato, exatamente como Duff McKagan não fez – mas deveria ter feito no show anterior. O grupo colocou o público gaúcho na mão desde o primeiro minuto e desfilou uma série de outras músicas impactantes na sequência. Os presentes pularam e agitaram muito em “Lifer” e em “The Path” – outro destaque do repertório.
Em sintonia perfeita com a plateia, os músicos do DOWN foram responsáveis por diversos momentos inusitados durante o show. O cantor do grupo chamou ao palco uma fã adolescente que, com um cartaz estendido nas primeiras fileiras da pista, pedia uma assinatura de Anselmo no seu próprio corpo para posteriormente ser transformada em uma tatuagem. O pedido – que vem sendo comum nos espetáculos realizados na capital gaúcha desde a vinda de PAUL MCCARTNEY no ano passado – foi prontamente atendido antes de a banda emendar músicas que conquistaram uma ótima resposta do público: “Losing All” e a ótima “Underneath Everything”.
O show corria de maneira aparentemente tranquila – com um petardo sendo executado atrás de outro – até que dois sutiãs foram jogados no palco antes de a banda emendar “N.O.D.” à faixa anterior. Com os dois itens em mão, Phil Anselmo deu um para o produtor da banda e outro para o baterista Jimmy Bower, que prontamente entrou no clima da brincadeira. Ele tirou a camiseta e vestiu o sutiã – com o qual permaneceu durante toda a noite – para o divertimento de todos. A piada só não foi maior porque uma terceira peça jogada foi apenas guardada no bolso por Anselmo. Com as brincadeiras à parte, o DOWN ainda tirou da manga músicas do calibre de “Pillars of Eternity” e “New Orleans is a Dying Whore”. As duas fizeram o Pepsi on Stage literalmente tremer antes do encerramento da primeira parte do espetáculo com “Eyes of the South”.
Com uma performance irrepreensível, o DOWN mostrou ao público brasileiro o porquê do seu sucesso fora do país. Não é por acaso que a banda é hoje um dos principais expoentes da sua vertente. Na volta para o bis, Phil Anselmo dedicou a polêmica “Hail the Leaf” para todos os apaixonados pela erva cannabis. Entretanto, a parte final do show era contornada por uma expectativa ainda maior. Os fãs tinham dúvidas (e até esperavam) que o DOWN executasse pelo menos uma faixa do PANTERA. A banda, que ainda tocou “Stone the Crow” para o deleite de muitos, pegou todos de surpresa depois de emendar – sem nenhum tipo de cerimônia – um pequeno trecho de “Walk”. A plateia só não entrou em delírio porque Phil Anselmo interrompeu a música rapidamente depois de duas ou três estrofes.
No entanto, o público não deixou o Pepsi on Stage frustrado – ou decepcionado – com a ausência de uma música inteira do PANTERA no set-list da banda. Pelo contrário. Os gaúchos que foram ao show do DOWN se mostraram exímios conhecedores da carreira do grupo, que iniciou as suas atividades ainda na década de noventa e possui apenas três registros de estúdio. O encerramento do show, com a certeira “Bury Me in Smoke” comprovou a teoria de que o repertório próprio do DOWN já possui autonomia diante do passado de Phil Anselmo e & Cia. O público interagiu como nunca e ainda viu outra coisa inusitada sobre o palco: os músicos passaram os seus instrumentos para que os roadies finalizassem a faixa – fato que a banda vem concretizando em todos os shows da sua nova turnê.
De um lado, o show proporcionado pelo LOADED se mostrou insuficiente para a exigência do público e principalmente dos fãs mais fervorosos. De outro, o espetáculo apresentado pelo DOWN funcionou perfeitamente e pode ser apontado como um dos melhores que passou pela capital gaúcha em 2011. A “nova” banda liderada pelo ex-PANTERA é o que vai ficar na memória de quem compareceu ao Pepsi on Stage para ver essa dobradinha norte-americana ao vivo. Os que não colocaram fé no que Phil Anselmo & Cia. seriam capazes de fazer perderam uma grande oportunidade de se assistir como é que se faz um verdadeiro show de metal.
Set-lists:
Loaded:
01. Executioners Song
02. We Win
03. Sleaze Factory
04. Dead Skin
05. Dark Days
06. Seattle Head
07. New Rose (The Damned)
08. Sick
09. Cocaine
10. So Fine (Guns n’ Roses)
11. Your Name
12. Lords of Abaddon
13. Attitude (Mistifis)
14. It’s So Easy (Guns n’ Roses)
Down:
01. Lysergik Funeral Procession
02. Temptation’s Wings
03. Lifer
04. The Path
05. Losing All
06. Underneath Everything
07. Ghost Along the Mississippi
08. N.O.D.
09. Pillars of Eternity
10. New Orleans is a Dying Whore
11. Eyes of the South
12. Hail the Leaf
13. Stone the Crow
14. Walk (Pantera)
15. Bury Me in Smoke

Ratos de Porão: assista o documentário Guidable na íntegra


domingo, 13 de novembro de 2011

Corey Taylor: vocalista canta abertura de Scooby - Doo

Depois de Corey Taylor realizar um cover da abertura do clássico desenho animado Bob Esponja, o vocalista do Slipknot/Stone Sour ataca novamente, agora cantando a abertura de outro clássico infantil, Scooby - Doo, durante show realizado em julho deste ano em Londres.

Keith Richards quase morre eletrocutado no palco

Durante show dos Rolling Stones para 4.500 pessoas no Memorial Hall em Sacramento, California, tudo ia bem até tocarem "The Last Time". Na hora do refrão, Keith Richards se aproxima do seu microfone e percebe que está apontando para a direção oposta. Com sua guitarra, ele dá uma pancada seca no aparelho, tentando girar o microfone em sua direção. Observou-se uma faísca e Keith em seguida desmaia no chão. Bill Wyman afasta sua guitarra do corpo enquanto as cortinas caíram. Aos poucos o público percebe o que havia acontecido e um silêncio mórbido toma o local. Keith Richards permanece desacordado por sete minutos. Ao acordar, ele percebe que três cordas de sua guitarra haviam derretido, feito fusível queimado. Ao ser levado para um hospital, e examinado, o médico concluiu que seu sapato de sola de borracha havia salvo sua vida, não permitindo à corrente elétrica encontrar terra, conectando com o solo. Depois de uma noite bem dormida, no dia seguinte, Richards estava se apresentando com a banda em San José.

korzus turne no nordeste

Em paralelo o Korzus se prepara para realizar uma pequena tour de 03 shows no nordeste do pais no próximo final de semana a banda passará com o show da turnê " Discipline of Hate" dias 12/11/2011 em Caruaru - 13/11/2011 Maceió e 14/11/2011 - Fortaleza. Informações sobre ingressos, local e preços acesse o site oficial da banda -
http://www.korzus.com.br/
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Korzus: clipe de “I Am Your God” estréia na MTV

O clipe da música "I Am Your God " single lançado pela banda Korzus antes da apresentação no Rock in Rio 2011, ganhou versão em vídeo clip e estreará na programação da MTV no dia 12 de Novembro (sábado), entre as 7:00 e 9:00 da manhã na faixa de clipes Na Brasa.
Para quem ainda não viu esse trabalho do grupo, vale a pena dar uma conferida nessa produção dirigida por Micka Michaelis. Com uma belíssima fotografia o clipe retrata problemas do cotidiano de mulheres que sofrem com a agressão doméstica e por isso em seus lares não estão seguras

Separados no nascimento: Eddie e Seu Madruga

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Faith no More: Mike Patton comenta suposta música inédita

Faith no More: Mike Patton comenta suposta música inédita


Durante um show realizado na Argentina no ultimo dia 8, o Faith No More tocou uma suposta música inédita, e muito foi especulado sobre a origem da mesma, até que o frontman Mike Patton se pronunciou sobre o assunto.
Segundo Patton: "Nós estamos tocando uma música que nunca tocamos dessa era (da King for a Day no caso..) Eu acho que é um b-side. Não sei se chegamos a lançá-la... não sei mesmo (risos)"

Megadeth: confira o possível set list do grupo no SWU

Megadeth: confira o possível set list do grupo no SWU

Conforme anunciado antes, a lendária banda Megadeth se apresentará no Brasil, na próxima segunda-feira, 14, dentro do festival "SWU", em Paulínia, interior de São Paulo.
O grupo se apresentou em Buenos Aires, na Argentina, nos últimos dias 9 e 10 de novembro no estádio das Malvinas Argentinas. Estes foram os primeiros shows da turnê do novo álbum, "Th1rt3en".
Baseado no set list apresentado na Argentina, confira o repertório que pode ser executado no festival SWU:
1- Trust
2- In My Darkest Hour
3- Wake Up Dead
4- Hangar 18
5- Angry Again
6- A Tout Le Monde
7- Whose Life (Is It Anyways?)
8- She-Wolf
9- Dawn Patrol
10- Head Crusher
11- Public Enemy No. 1
12- Sweating Bullets
13- Symphony of Destruction
14- Peace Sells
Bis
15- Holy Wars… The Punishment Due

Ratos de Porão (Hangar 110, São Paulo, 11/11/2011)

Ratos de Porão (Hangar 110, São Paulo, 11/11/2011)

Como se apenas o fato de comemorar essa incrível marca não bastasse, a banda prometeu a participação especial de quase todos os ex-integrantes do grupo, coisa que muitos jamais imaginariam estar vivos para ver, afinal, acompanhar ao vivo a formação, por exemplo, que gravou Brasil e Anarkophobia, dois de meus favoritos, é digno de muita emoção.
Só uma coisa me incomodou desde o começo e o que eu previa infelizmente ocorreu: o Hangar, apesar de já tradicional, é uma casa pequena que comporta shows de pequeno e médio porte apenas. Levando em conta que esta seria uma data especial e que o RDP é uma das poucas bandas nacionais que unem e agradam sem problemas a fãs de punk, hardcore e metal, eu sabia que o público seria bem grande, e o que tristemente aconteceu foi que muita gente ficou de fora, já que os ingressos já haviam se esgotado boas horas antes do show. Uma pena, já que certamente muitos daqueles fãs die hard acabaram ficando sem poder fazer parte de uma noite tão memorável.
O outro ponto negativo, pelo menos pra mim, foi o fato de eu não poder ter acompanhado as bandas de abertura, devido ao já famoso trânsito quase imóvel da capital. Mas, segundo quem conferiu as apresentações dos americanos do Conquest for Death e dos brazucas do D.E.R., eles cumpriram muito bem seu papel de aquecer o público para a grande atração da noite.
Quando entrei no já então abarrotado Hangar 110 (nunca tinha visto mais cheio), estava passando no telão o maravilhoso e recém lançado (pela produtora Black Vomit) documentário sobre o Ratos, Guidable, que é uma boa dica para entender melhor a trajetória desses caras e entender o por quê de ver todos os integrantes reunidos nesse dia, era tão especial para quem estava ali.
Um pouco depois das dez da noite e após a extensa fila ter toda adentrado o local, subia ao palco sob muitos aplausos Jão, acompanhado pelo ex-baixista Jabá (seu companheiro de banda no Periferia S.A.) e Betinho, para tocar a música "Por quê?", a primeira composição do grupo, lá em meados de 1981.
O RDP preparou um set list que foi um verdadeiro presente para os fãs mais aficionados e que realmente conhecem a banda a fundo, como vocês perceberão ao longo do texto. A fim de que todos os ex-integrantes participassem, foram tocados sons de toda a carreira em ordem cronológica, fazendo com que um verdadeiro filme se passasse na cabeça de que acompanhou música a música. Essa formação tocou apenas mais uma música, "Corrupção", e em seguida Mingau se juntou para que fossem tocadas "Vida Ruim", "Não Podemos Falar", e também para prestar uma homenagem a Redson, vocalista da banda de punk Cólera, que faleceu recentemente.
Betinho deixa o palco e quem agora entra, após cumprimentar seu filhinho Pietro que assistiu a tudo com vista privilegiada ao lado de um dos amplificadores, é João Gordo, um dos vocalistas com performance mais carismática que conheço. Outra mudança que ocorreu, foi Jão ir para a bateria para que fossem tocadas a clássica "Morrer" e "Asas da Vingança". Pude perceber que além de alguns probleminhas recorrentes no som, o vocal do Gordo se mostrou baixo e muitas das partes do show. Durante toda a apresentação, entre uma música e outra ele falava coisas da história da banda relacionadas à música que iria ser executada em seguida, mas, pelo menos do ponto em que eu estava, por diversas vezes, mal pude escutar o que ele dizia! Porém, me lembro que ao apresentar o próximo a fazer uma jam, ele falou algo como "ele saiu por causa de mulher". Quem assistiu ao documentário sabe muito bem que ele falava do baterista Spaguetti, que assumiu as baquetas e fez, na minha opinião, uma das melhores participações da noite. Além de aparentar estar extremamente em forma e tocando algumas músicas até mais rápidas do que são, foi mágico ver a formação que gravou alguns dos álbuns que eu mais gosto. Foram tocadas "No Junk", "Tattoo Maniax", "Morte e Desespero", "Terra do Carnaval", "S.O.S. País Falido" e "Escravo da TV".
Novamente há substituições, e quem dá as caras são o baixista Walter e o batera Boka, integrante que permanece até hoje no time do RDP. Eles mandam o inusitado cover de Peter Frampton, "Breaking All the Rules", que integra o considerado um pouco mais fraco álbum "Just Another Crime in MassacreLand" e "Quando Ci Vuole". Após um breve de discurso de Jão sobre a ausência de Rafael "Pica-Pau", alegando algo relacionado a Igreja Budista, Gordo oferece a música "Atitude Zero" a ele enquanto Fralda fica a cargo das quatro cordas, para suprir a falta dele. Na sequência, são tocadas "Guerra Civil Canibal", "Engrenagem" e "Necrochorume", encerrando essa jam, para a entrada de Juninho Sangiorgio, que firma a formação atual da banda.
Antes de começar a falar sobre a parte final da noite, sem dúvida é preciso comentar sobre o público, que teve um papel essencial para que o show fosse tão marcante. Além de, novamente, terem lotado o bar, cantaram quase todas as músicas, até aquelas mais obscuras, não cessaram por um minuto os moshpits, tão comuns em shows da banda, e ovacionaram e gritaram o nome de todos os integrantes ali, mostrando a eles a importância de cada um deles para a sólida carreira do Ratos até hoje. Foi emocionante ver a participação intensa dos fãs, de vários estilos diferentes entre si, dos quai muitos eram headbangers. Legal ver isso bem na mesma semana em que ocorreu uma enorme polêmica acerca da "morte do metal nacional", que "só é representado pelo Sepultura e Angra". Alfinetadas à parte, palmas para os fãs.
Já próximo ao fim do set, foram tocadas Pedofilia Santa, Expresso da Escravidão e Paradoxos da Soberba. Após isso, aconteceu um dos momentos mais agitados da noite, onde foram tocados aqueles clássicos absolutos, fugindo da lógica cronológica adotada até então. Quando anunciada, "Crucificados pelo Sistema" alterou para mais agitado os ânimos de todo mundo ali, inclusive de quem escreve a vocês. Os stage-dives, cada vez mais intensos e os bate-cabeças absurdamente grandes tomaram conta também durante "Sofrer" e "Beber Até Morrer". Outra matadora foi "Aids, Pop, Repressão", cantada a plenos pulmões e celebrada por quem está mais íntimo das mais conhecidas da banda.
Com a introdução parecidíssima com a do indispensável álbum ao vivo lançado em 1992, "Herança", pelo menos para mim, inédita e inesperada, foi hiper bem recebida e foi nela que adquiri belos três 'galos' na cabeça e um joelho imobilizado por conta de um mosh de cabeça no p.a. e um mal-sucedido que me fez cair de cara no chão. Mas, com "Crise Geral" e "Periferia" na sequência, quem se importa com uma hematomazinho ou outro? Isso nada mais é que o resultado de ouvir músicas tão intensas e particularmente especiais - quem saiu de lá suado, com a roupa suja e abarrotada e roxos pelo corpo estava apenas cumprindo o imortal lema de estar "vivendo cada dia mais sujinho e agressivinho"!
Com todos os integrantes no palco, chegava a hora do fim. Poucas bandas conseguem atingir a marca de trinta anos de estrada de forma tão louvável como o Ratos e sem dúvida me orgulhei de estar presente em uma noite histórica como esta. Nada resta além de desejar que venham trinta anos mais e que possamos celebrar marcar como essa com outros grandes nomes da cena nacional, afinal, o que não faltam são bandas de qualidade.

Heavy Metal: os dez melhores álbuns lançados em 1990

Heavy Metal: os dez melhores álbuns lançados em 1990

1. MEGADETH - "Rust In Peace"


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O quarto álbum do MEGADETH foi uma obra prima do thrash. Os riffs de Mustaine e Marty Friedman eram marcantes, e tinham também ótimos solos no álbum. As composições no "Rust In Peace" eram realmente fortes, com um monte de complexidade e variedade na estrutura musical, tempo e estilo. Pontos altos incluem "Hangar 18" e "Tornado Of Souls".

2. SLAYER - "Seasons In The Abyss"


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Este é o segundo melhor álbum do SLAYER, depois do clássico "Reign in Blood". "Seasons in the Abyss" combina a intensidade daquele álbum com um pouco mais de melodia. A banda refinou o som, mas sem perder nada da sua raiva ou agressividade. Da música de abertura "War Ensemble", de ranger os ossos, até a mais lenta "Expendable Youth", o SLAYER mostrou que eles podem destruir com qualquer tempo.

3. PANTERA - "Cowboys From Hell"


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Depois de vários lançamentos independentes, este marcou o movimento do PANTERA para uma gravadora maior e a entrada do grupo na crítica e no comercial. "Dimebag" Darrell, ou "Diamond" Darrell como ele era chamado na época, brilhou com seus riffs criativos e solos brilhantes. Phil Anselmo mostrou um grande alcance vocal, indo do gutural até o falsetto. A música título e "Cemetary Gates" são duas das melhores canções deste álbum.

4. JUDAS PRIEST - "Painkiller"


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Depois de terminar a década de 80 com alguns álbuns medianos ("Turbo" de 1986 e "Ram It Down" de 1988), o JUDAS PRIEST começou os anos 90 com uma nota alta. "Painkiller" seria o último álbum com Rob Halford em mais que uma década, e o "Metal God" teve uma grande performance vocal neste trabalho. O novo baterista Scott Travis deu ao Priest uma injeção de energia, e isso combinado com os trabalhos geniais de guitarra de Glenn Tipton e K.K. Downing fizeram deste álbum o melhor da banda em anos.

5. ENTOMBED - "Left Hand Path"


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A banda sueca ENTOMBED rugiu na cena com seu álbum de estreia. "Left Hand Path" é um trabalho bem influenciado no death metal que ajudou a colocar o death metal escandinavo no mapa. Ele é brutal, mas também possui melodia. É selvagem, porém simples, e influenciou legiões de bandas na Suécia e em todo o mundo.

6. DEICIDE - "Deicide"


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Quando este álbum foi lançado em 1990 ele causou uma certa polêmica. O estilo extremo do death metal do DEICIDE, juntamente com a cruz invertida queimada na cabeça do frontman Glenn Benton e as letras blasfêmicas da banda, chocaram muitos. Mais do que apenas imagem, o DEICIDE colocou também músicas bem escritas, batidas ferozes e riffs memoráveis. A banda continua chocando, mas muitos ainda acham que o álbum de estreia foi o melhor.

7. ANTHRAX - "Persistence Of Time"


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Este foi o último álbum do ANTHRAX com o vocalista Joey Belladonna. "Persistence of Time" é sombrio e raivoso com letras cheias de politicagem, mas ainda tem uma abundância de melodia e grandes riffs do thrash. Uma das melhores músicas do álbum é "Got The Time", cover de Joe Jackson. "In My World" e "One Man Stands" também são pontos altos.

8. DEATH ANGEL - "Act III"


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O DEATH ANGEL era uma banda de thrash da Bay Area que foi montada por cinco primos. "Act III", como você pode imaginar pelo título, foi o terceiro lançamento do grupo e seu primeiro em uma grande gravadora, a Geffen Records. Foi o melhor álbum do grupo, especialmente os trabalhos de guitarra de Rob Cavestany. Em adição ao speed metal, o DEATH ANGEL mixou partes mais lentas e acústicas, e até um pouco de funk para deixar as coisas mais saborosas. Eles acabaram não muito depois deste álbum ter sido lançado, mas se reuniram dez anos depois.

9. QUEENSRYCHE - "Empire"


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"Operation Mindcrime" foi um trabalho forte para ser sucedido, mas o QUEENSRYCHE fez um excelente trabalho com "Empire". Deu a eles um monte de atenção no mainstream e no rádio por causa do single "Silent Lucidity", e "Jet City Woman" também recebeu uma boa atenção. É um CD diverso e complexo, mesmo assim bastante cativante com toneladas de músicas memoráveis. Infelizmente este foi provavelmente o ponto mais alto do QUEENSRYCHE, e tanto as vendas e sucesso da crítica cairiam depois dele.

10. DANZIG - "II: Lucifuge"


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Apesar dele não ter um hit como "Mother", o segundo álbum do DANZIG era profundo e melhor. A banda melhorou tanto na composição das letras quanto na musicalidade. "II: Lucifuge" é mais hard que o de estreia, e o vocal de Glenn Danzig neste álbum foi o melhor trabalho dele. Não há enchimentos aqui, apenas um álbum com músicas realmente boas.

Sepultura: Jean fora e Eloy Casagrande é o novo baterista

Sepultura: Jean fora e Eloy Casagrande é o novo baterista


A nota abaixo foi publicada no site oficial do Sepultura mas está offline no momento, embora possa ser lida no cache do Google (sistema do buscador que armazena versões antigas de páginas). Como a nota foi retirada do site, aguardamos posicionamento oficial da banda.
A partir do dia 13 de novembro de 2011, o paulistano Eloy Casagrande assume as baquetas do Sepultura. Após cinco anos como baterista da banda, o mineiro Jean Dolabella deixa o posto para se dedicar a outros projetos.
"Quando recebi o convite para entrar no Sepultura, fiquei em choque", conta Eloy. "Sou fã da banda há anos, será uma honra tocar com eles". Eloy, que tem 20 anos de idade, foi o vencedor do prêmio Modern Drummer's Undiscovered Drummers Contest (maior festival de bateristas do mundo) em 2006.
"Eu tenho certeza que o Eloy vai fazer um grande trabalho com o Sepultura, ele já é um músico que demonstra muita segurança e técnica, apesar de ser jovem", acredita Andreas Kisser. "Fizemos um ensaio com ele e a casa caiu, foi fantástico, tocou o material antigo e o novo como se tivesse na banda há muito tempo. O Sepultura mostra ao mundo mais um monstro brasileiro da bateria."
O Sepultura agradece à Jean Dolabella pela sua dedicação à banda e deseja sorte em seus novos projetos. "O período do Jean na banda foi muito positivo, fizemos dois grandes discos e incontáveis concertos que ficarão para a história do Sepultura. Só temos a agradecer a sua contribuição e energia durante estes anos", acrescenta Kisser.
2011 está trazendo muitas notícias boas para a banda, que está no Brasil até o dia 23/11 com a turnê do álbum KAIROS e segue para a Europa para uma tour com Exodus e Destruction.
Além do lançamento de KAIROS, em abril o Sepultura tocou na Virada Cultural, em São Paulo, em um show único com a Orquestra Experimental de Repertório, show que será lançado em DVD. Em setembro, o show do Sepultura no Rock in Rio, que teve participação do grupo francês de percussão Tambours Du Bronx, foi um dos mais elogiados e comentados pela crítica e público, incluindo uma resenha positiva no jornal New York Times.
A banda já está com a agenda cheia em 2012, com shows pela Asia,Oceania, Europa e Estados Unidos.
O Brasil fica com os meses de Maio e Setembro para a continuidade da tour KAIROS. Um documentário sobre a banda também está sendo produzido.
Como a mensagem está datada de 14/11/11, cremos que a próxima segunda seja o dia marcado para o aviso oficial.Imagem

domingo, 6 de novembro de 2011

Alice In Chains e os limites da influência

Alice In Chains e os limites da influência


ImagemNão me parece que em qualquer outro momento da história uma banda tenha adentrado tão profundamente aspectos pessoais e de uma natureza inexoravelmente avassaladora e depressiva. A maneira como Layne Staley, fundador do grupo ainda em seu colegial, inicialmente intitulando-o “Alice N Chains”, abordava fatos de sua vida cotidiana, com o apoio do guitarrista Jerry Cantrell, alcançava o gástrico. Letras, capas de discos, shows, tudo sangrava naquele conjunto.

Lembro-me bem de assistir o acústico do Alice In Chains e me perguntar seriamente: “como todos os integrantes dessa banda continuam vivos?”, tamanha a dor visível nos olhos - que mal se abriam - do vocalista. O mesmo aconteceu ao ver os clips de “Man In The Box” e “Angry Chair”. Assustador, horripilante, visceral!
Na sociedade atual – e isso nos fala de várias décadas -, quando encaramos Big Brothers, ou séries como Human Zoo, reality shows em geral, tendemos a acreditar que as pessoas simplesmente assumem “personagens”. É verdade que a idéia dos quinze minutos de fama não nos escapa, porém, mesmo durante este curto tempo, inexiste um ser humano capaz de passar imune, sem deixar escapar um pouco daquilo que verdadeiramente é ou imagina ser.
Apesar do behaviorismo de Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) se candidatar como impulsor mister de uma parafernália psíquica nunca dantes vista, é difícil localizar com exatidão a origem da noção de nossos dias de que somos apenas um ‘resultado’, inertes às nossas próprias atitudes, que as pessoas e ídolos fazem de nossa personalidade o que querem, ou ainda que tratamo-nos de meras vítimas sociais inatas.
Quando Skinner afirma que “a sociedade ataca logo cedo, quando o indivíduo está desamparado”, e vai além dizendo: “não direcionei minha vida. Não a desenhei. Nunca tomei decisões. As coisas sempre vieram naturalmente e fizeram por mim. Assim é a vida”, é óbvio que sentimos um conforto inigualável. Afinal, faça o que quiser, não é de sua responsabilidade, trata-se apenas de um resultado natural de estímulo – resposta – reforço, puro materialismo epistemológico, exatamente como o autor mencionado fazia com seus ratinhos.

Burrhus F. Skinner
Layne Staley e o Alice In Chains, em uma década de existência (1987 até 1996, quando lançaram o acústico MTV), jogam as teorias de Skinner ralo abaixo, com a autenticidade da náusea que viveram, como indivíduos responsáveis por seus atos, dispostos a assumi-los, e a forma como tentaram seguir em frente transformando sofrimento humano em arte. Sem personagens ou figurantes, num piscar de olhos fechados, Staley faleceu após uma overdose de cocaína e heroína em Abril de 2002. Muito temos a falar sobre isso e a “sociedade dos inocentes” veementemente apoiada por Skinner, e outorgada pela genética.

A resposta principal: a imitação segundo Durkheim em “O Suicídio”

Emile Durkheim
Emile Durkheim
Um dos primeiros e maiores teóricos da sociologia, Émile Durkheim (1858-1917), com pioneirismo, em 1897, lançou um trabalho no qual estuda o suicídio – título também do livro – sociologicamente. Mais de quatrocentas páginas minuciosamente tratando de um problema que incomodava seus contemporâneos, e que obviamente persiste na atualidade. Não precisamos ir a fundo no estudo para observarmos uma outra perspectiva.

Em “A imitação”, um dos capítulos mais ricos de “O Suicídio”, Durkheim esbraveja contra o conceito de ‘imitação’ em sua época e a teoria das espécies sensíveis, e nos dá uma luz sobre a influência e seus limites. Basicamente demonstra a imensa responsabilidade que temos por nossos próprios atos. Se houve razões diversas para lutar contra a imprensa conservadora e irrefletida que culpou Dimebag Darrell Abott por sua própria morte, ganha-se um grande apoio nas palavras do sociólogo francês: “(...) as causas determinantes de nossa ação são razões que nos fizeram consentir, não o exemplo que nos foi dado observar. Nós é que somos os autores, mesmo que não a tivemos inventado”. Menos reconfortante que Skinner, não? Bem mais interessante, porém.
Talvez uma definição não seja relevante agora, mas, voltando a Layne Staley, cito uma acepção sucinta do suicídio feita por Durkheim: “o suicídio é toda a morte que resulta mediata ou imediatamente de um ato positivo ou negativo realizado pela própria vítima.” Ou seja, o indivíduo se implica realmente em seus atos. Poderíamos dizer, desta forma, que a morte de Staley estaria entre os “suicídios anômicos”, como definidos por Durkheim, provenientes de crises, instabilidades, desregramentos e, em especial, “de períodos que impedem o indivíduo de encontrar uma solução bem definida para os seus problemas”. A arte, particularmente a música, teria sido a saída tentada pelo vocalista do Alice In Chains.

O ato, a palavra, a escrita, a arte (do rústico ao refinado)

Emile Durkheim, O Suicidio
Emile Durkheim, O Suicidio
A arte é uma das formas mais refinadas de expressão humana. Nada a ela se iguala.

Chame uma criança (dois, três anos) e peça-a para ficar a seu lado. Pegue um copo de água, fale para fazer mesmo. É bem provável que ela consiga repetir o seu ato com facilidade. Se tiveres um filho mais novo, de dezesseis a vinte e quatro meses, diga para ele repetir alguma fala sua. Certamente os níveis de desenvolvimento são diferentes para cada indivíduo, logo as capacitações de falar “mamãe”, “papai” também variarão, mas sem dúvida haverá uma dificuldade maior em repetir “impopularidade” do que imitar o pegar um copo d'água. A palavra já está um passo à frente do ato.
Se pegarmos a escrita então, mais obstáculos adiante, e tempo de dedicação redobrado.
Agora pegue um instrumento qualquer, comece a tocar a coisa mais simples que vier à sua mente. Todos já pensaram no riff de “Come As You Are”, imagino. Que seja, faça-o. Aquela mesma criança que conseguiu imitar seu ato, copiou sua palavra falada a trancos e barrancos, teve sucesso em alguns rabiscos ao tentar seguir a palavra escrita, provavelmente agora estará em transe, deixando os outros à sua volta também malucos com tanto barulho ao se engendrar pela arte. Não é só a coordenação motora em jogo ou o raciocínio simples e puro. Tudo anda junto, e há algo a ser expresso, mesmo no barulho que indubitavelmente faria qualquer um chamar Herodes.
O tratamento pela arte

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Independentemente de sua profissão, do que faz no dia-a-dia, de ser artista ou não, a palavra ‘oficina’ está sempre presente. Geralmente usamo-la para descrever trabalhos desenvolvidos em centros de recuperação de criminosos, drogadictos, pessoas com problemas mentais, mas não seria exatamente uma oficina todo e qualquer exercício físico ou mental desenvolvido por um ser humano? Um complemento de espaço em nossa estadia chamada vida?

A arte é como qualquer realização pessoal, logo igualmente uma oficina, com o adendo de seu refinamento e da exposição que incide a todos os envolvidos.

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Para Layne Staley ou Dimebag Darrell, seriam exatamente essas as funções de seus discos, músicas, apresentações. Personalidades completamente diferentes como podemos denotar em qualquer vídeo de Alice In Chains e PanterA / Damageplan, no entanto com a comunhão da busca de uma cura, que advém do interior e se consuma no exterior. Captação e interpretação da mensagem pelo outro, bom, de fato, estas não corroboram com os escritos, melodias e letras originais. Reflexões, introjeções, objeções, ações, falações, seres humanos são capazes de tudo isso. Nas palavras de Durkheim novamente: “a não ser por aproximações grosseiras, a intenção é algo demasiadamente íntimo para ser atingida do exterior; mesmo da observação interior ela se oculta”.

As composições, quadros, teatros, filmes e tantas outras formas artísticas não falam de mais ninguém além de seus próprios autores, e de como experenciaram momentos de suas vidas, até mesmo quando se referem a uma outra pessoa, um personagem, uma lenda, etc. Tudo o que falo, fala sobre mim. Nietzsche nos disse muito bem que “a arte é aquilo que nos protege do real”, e nenhum outro filósofo foi tão apaixonado pela música quanto ele. A arte é eficiente nessa busca de cura humana. Infelizmente, ela não é suficiente para alguns, e possivelmente este foi o caso do vocalista do Alice In Chains, e de tantos outros grandes ícones, autores de majestosas obras que se suicidaram, foram vítimas de overdose, do vício, enfim, de si próprios, e do fracasso mesmo nas tentativas mais poderosas de se curarem de suas próprias existências, cujas razões de fato inexistem.
Os limites da influência

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As vítimas de suas próprias realizações costumam se transformar em deuses. É parte de nossa história, uma tradição cultural. Começou assim. Jesus se sacrificou por todos nós. Da mesma maneira, Layne Staley e Dimebag Darrell operaram milagres e foram sacrificados por cruéis Judas (a droga e Nathan Gale respectivamente). Ora, não nos cabe ver as coisas desta maneira, tampouco transformá-los em mártires. Excepcionais cada um à sua forma, a partir daquilo que dentro deles mesmo era necessário fazer para a sobrevivência.

O guitarrista em sua obra refinada, a arte, foi atacado por um rústico – para não dizer primitivo, e existem muitos por aí - o qual certamente também tentava se curar, porém, sem tantos artifícios como os que seu ídolo possuía, buscou sanar-se num ato enlouquecido.
Layne Staley em sua obra refinada foi atacado também por um rústico, aquele mesmo que tentou se safar com “Down In A Hole”, “Nutshell”, “Would?”, “We Die Young” (ele já avisava desde o início), “Rooster”, “Rotten Apple”, e tantas outras duras doses de realidade própria. Antes mesmo de “We Die Young”, já no nome, ele talvez nos falasse de uma Alice acorrentada, que não vive no país das maravilhas. Uma Alice que tentou se desacorrentar, mas que tristemente não conseguiu. Uma Alice que seria ele mesmo
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