Se com “Nervoso” (08) ficou claro que a ideia era injetar uma distorção que afastasse o Carro Bomba da veia hard setentista dos discos anteriores, é com “Carcaça” que os paulistanos mostram não somente a estabilização desta proposta, mas também uma maior homogeneização de sua assinatura Heavy Metal com uma veia bluesy fortíssima, espessa e carnuda. Assim, a maior referência em “Carcaça” é o Black Sabbath, em especial o da fase em que tinha como vocalista Ronnie Dio – atentem para as espetaculares “Combustível” e “Mondo Plastico”. O fato é que o repertório é irrepreensível, com arranjos muito bem trabalhados e uma genuína ‘crueza’ de emoção, com temas expostos de forma incisiva e desprovidos de grande refinamento poético, mas condizentes com a alma urbana que sempre vai almejar por dias melhores.
Novamente adotando o Mr. Som (SP) como estúdio, e agora sob a tutela da Laser Company Records, “Carcaça” é motivo de orgulho para qualquer um que compartilhe a paixão pelo rock pesado da velha escola e cantado na língua portuguesa. O Carro Bomba, ao lado do Motorocker e Baranga (um certo editor deve estar feliz! - Yeah, valeu Ben!!!), podem ser considerados como a tríade que representa o que há de mais significativo neste segmento! Se houvesse uma excursão itinerante pelo Brasil envolvendo essas feras...
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